Legado

"Não me lembro a idade que eu tinha, quando dizia que queria ser médico, mas a verdade é que a frase que eu dizia, desde que me lembro por gente, é que queria ser médico “e fazendeiro, como vovô”. 

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Desde antes de aprender a falar, íamos à fazenda. Nos meus primeiros anos, tenho memória de ir a fazenda com meus avós maternos e minha prima Ana Luísa (Lu, para a família). Lá me lembro de plantarmos árvores e plantas em vasos com vovó e das brincadeiras de vovô com imitações de plástico de escorpiões e aranhas que sempre pegavam um de nós. Passei a maioria das minhas férias escolares, feriados e finais de semana na fazenda. Ali brinquei com meus primos e primas, aprendemos a andar a cavalo, a andar de bicicleta e até a dirigir automóveis, nessa ordem. É bem verdade que por volta de 4 anos de idade, eu e Lu ligamos um trator em uma aventura épica na nossa imaginação e aterrorizante para as babás e peões que estavam conversando em nossa volta. 

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Na fazenda, eu aprendi sobre a sede que era do nosso bisavô e que ficava bem em frente à casa de vovô, onde frequentemente íam “as Tias”, as 3 irmãs de vovô Roberto, que sempre vinham jogar buraco nos finais de semana. Aprendi a procurar ovos de páscoa, a “bater no judas”, a fantasiar no carnaval, a jogar baralho, a fazer churrasco e inúmeras outras coisas essenciais (sim, sem aspas). 

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Porém, o que de mais importante que ficou gravado em minha memória foram os momentos em família e o amor que sempre nos uniu. A isso chamo de legado. Foram esses valores que me foram ensinados e vivenciados nesse lugar, lar de minhas maiores aventuras, que desejo que seja também o lar da celebração de minha união com Gabriela, o qual  representará a união de nossas famílias e amigos. Por um dia, quem sabe, gostaria de transmitir a todos os convidados, um vislumbre encantado desse legado, que também chamo de amor."

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- Raphael Rebello